A história de Dengo é a que vejo mais se repetir entre os casos de gatos perdidos. Por isso insisto tanto para que os tutores não percam tempo sacudindo o bairro, mas se concentrem no quarteirão de casa e num perímetro de até 500 metros que inclua as ruas mais próximas. É cachorro que sai andando pelas ruas quando foge e pode andar quilômetros num só dia. Gato não. Gato costuma se enfiar na vizinhança.
"Era final de tarde e já estávamos entrando em casa quando escutamos um miado. Na hora soubemos que era ele. Provavelmente ouviu a gente conversando e apareceu no muro de um terreno baldio do outro lado da rua. Um lugar muito perto, distante apenas três casas de nosso condomínio", conta a arquiteta Helena Tavares de SP.
Helena e o marido notaram a ausência do Dengo num domingo e imediatamente começaram a procurar pra todo lado.
Mas quem já perdeu um gato sabe bem como é: parece que eles "evaporam".
Ao conversar com Helena foi possível perceber que havia grande chance do Dengo estar circulando pelos terrenos das redondezas porque, segundo ela, havia vários. Não era a única hipótese porque, infelizmente, muito gato fica preso acidentalmente em casas, forro de telhado e até chaminé de churrasqueira.
No entanto, se Dengo não tivesse se metido numa grande encrenca, só restaria a ele ficar circulando o condomínio onde mora, mesmo porque, não tinha como ele entrar de volta pelo portão principal. Então orientei a criar os "pontos de alimentação" que servem para manter o gatinho minimamente alimentado e próximo de casa.
Helena e o marido fizeram tudo direitinho e seu olhar de arquiteta ainda ajudou a identificar rotas de fuga e desenhar mapas de possíveis locais por onde ele poderia estar andando alí pela vizinhança.
"Ficamos imensamente felizes. Deu uma emagrecidinha, mas está bem. Ele devia mesmo estar zanzando entre os terrenos aqui perto para se abrigar. Chegamos a desanimar um pouco, mas falei para meu marido que a gente tinha que continuar as buscas diurnas e noturnas, e colocar a comidinha dele nos pontos de alimentação conforme orientação da consultora da BuscaCats porque ele podia estar com fome e com frio", diz a tutora.
Helena também acredita que houve "conexão" mental com Dengo.
"Certamente ele também sentiu que estávamos muito empenhados em achá-lo e nos enviou vibrações. Quero agradecer ainda todo o apoio dado pela consultoria da BuscaCats porque contribuiu para que não desanimássemos e o encontrássemos".
Em tempo: A conexão com animais perdidos é real e vale a pena levar a sério. Tem que prestar atenção em sinais e intuições.
Em tempo 2: Dengo não leva uma vida livre. Ele fica alguns minutos no corredor do condomínio sob supervisão do casal. Mas gato é assim: num piscar de olhos eles somem e a gente fica quebrando a cabeça pra entender como conseguiram essa façanha. O melhor é ter toda a casa telada, mas ainda assim tomar muito cuidado ao abrir portas, garagens e, em passeios monitorados por dependências externas, dobrar os cuidados.
Texto: Fátima ChuEcco, Consultora sobre gatos perdidos
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