Quando alguém perde um gato (e também cachorro) logo pensa em oferecer recompensa apostando nisso como a melhor ferramenta para encontrar o animal. Não é... e inclusive pode gerar muita dor de cabeça e situações de perigo. Por outro lado, a recompensa até pode ser usada de forma positiva tomando-se alguns cuidados explicados nesse artigo.
Em primeiro lugar, no entanto, é preciso ressaltar que são outras duas ferramentas as mais eficientes na busca por animais perdidos e que devem ser acionadas simultaneamente: espalhar cartazes nas redondezas e procurar a pé, principalmente os gatos porque eles não se afastam muito de casa quando escapam (costumam ficar na vizinhança, salvo se forem levados embora ou se entrarem no motor de um carro).
Embora a recompensa, notoriamente, chame mais a atenção das pessoas, também pode provocar uma falsa sensação de "caso resolvido" e desmotivar a busca a pé que é "crucial" em grande parte dos casos. A recompensa acomoda alguns tutores que deixam de fazer o trabalho de busca acreditando que será feito por outras pessoas interessadas na recompensa.
Além disso, há o risco de bandidos sequestrarem gatos parecidos para fazer passar pelo seu. Podem raptar de um quintal, muro, colônia e assim destruir a vida de um outro gatinho que vivia feliz.
É preciso lembrar que:
Do mesmo jeito que um gatinho perdido pode estar andando livremente pela vizinhança e ser visto por alguém interessado na recompensa, esse mesmo gatinho pode ter ficado preso em algum imóvel... pode ter caído em algum lugar da onde não consegue sair ou estar muito bem escondido saindo apenas de noite e de forma muito discreta, imperceptível. Nesse casos, recompensa nenhuma vai salvar o gato.
Conclusão: a recompensa pode ajudar no caso de gatos que estão perdidos porém "soltos", mas quase nada ajuda nos casos em que os gatos se encrencaram de forma que precisam ser imediatamente "procurados" e salvos antes que o pior aconteça.
Apelos emocionantes nos cartazes podem chamar ainda mais atenção do que recompensas: Destaque que seu gatinho é idoso, extremamente medroso ou está em tratamento médico, por exemplo. Assim vc pode acionar o lado mais humano das pessoas e não o lado ambicioso.
Como oferecer recompensa de forma segura e mais eficiente
A forma mais segura é não citar o valor da recompensa e evitar valores muito altos que possam atrair golpistas e sequestradores de pessoas e de gatos. A forma mais eficiente é procurar o gato na vizinhança mais próxima simultaneamente ao disparo de cartazes e posts oferecendo recompensa. Nunca se deve apostar todas as fichas na recompensa. Nunca!
Para evitar golpes é necessário pedir fotos e, principalmente, vídeos do gato achado para comparar sinais no corpo e características únicas antes de marcar algum encontro. Se a pessoa for resistente a isso já é certeza que se trata de golpe porque quem acha um animal que acredita ser o da recompensa, certamente terá todo o interesse de conferir se é ele mesmo.
Alguns gatos, especialmente os rajados/tigrados e totalmente pretos, são bem difíceis de identificar mesmo com foto e vídeo, forçando o tutor a olhar de perto. Nesses casos muita cautela. Agende encontros apenas em locais movimentados e onde se possa levar animais, como na parte interna de grandes petshops por exemplo.
E cuidado para não descartar o animal se ele estiver um pouco diferente. A desnutrição, problemas no fígado e outros males decorrentes de dias ou semanas nas ruas podem alterar um pouco a cor dos pelos e provocar um aspecto diferente do habitual. Importante checar o comportamento, a personalidade e hábitos que só seu gato tem.
Um caso que ilustra bem essa situação de "dúvida" se o gato achado é aquele que vc procura está nessa matéria sobre o gatinho Mike (foto) que vc acessa clicando no link https://buscacats.blogspot.com/2022/02/gatos-mudam-de-cor-seu-gato-pode-estar.html
Agora que vc já sabe que recompensa não tem efeito milagroso (por maior que seja), mas que até pode ser usada como chamariz tomando-se alguns cuidados, lembre-se: seu gato "precisa" que vc o procure. A vida dele pode depender disso.
Texto: Fátima ChuEcco, jornalista e escritora especializada em gatos
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