Numa bela tarde de junho de 2022 Farofa voltou pra casa. Ao ouvir o chamado da tutora apareceu num telhado e depois desceu para um muro. Por fim, pulou direto para o colo da Cláudia Marina Rocha que já procurava pela gatinha há 17 dias.
Mas onde estava Farofa? Bem pertinho de casa, exatamente onde se encontra a grande maioria dos gatos perdidos.
Isso porque gato não é como cachorro que anda quilômetros por dia quando foge. Gato tende a se abrigar nos arredores da sua casa ou então fica preso acidentalmente em algum imóvel vizinho. Quando são encontrados longe de casa é porque entraram no motor de algum veículo ou foram levados embora por alguém.
Portanto, claro que não se pode descartar a hipótese do gatinho estar distante, mas é fundamental investir na hipótese que está ao nosso alcance, ou seja, a do bichano estar nas redondezas.
A Cláudia já tinha recebido alguns relatos de pessoas que acreditam ter visto a Farofa do outro lado da avenida de sua casa - o que só aumentava a angústia dado o perigo de ser atropelada. Mas em suas andanças, por alguns trechos próximos da avenida, não havia nem sinal da gatinha castrada de 2 anos de idade.
Um fator complicador era o portão de entrada da casa de Cláudia não permitir que a gatinha retornasse por conta própria - algo muito comum de acontecer já que as pessoas hoje em dia procuram fechar suas casas ao máximo por questão de segurança.
Nesses casos é bem importante descobrir por onde o gato anda e tentar alimentá-lo naquele setor até que seja possível pegá-lo. Foi exatamente o que eu disse para a Cláudia fazer, ou seja, criar pontos de alimentação por onde, provavelmente, Farofa estava se movimentando.
A tutora seguiu essa e outras orientações nos dias 24 e 25 de junho. No domingo ensolarado de 26 de junho, Cláudia já havia dado uma volta rápida no trecho onde Farofa estava sendo vista, mas pedi que ela voltasse, particularmente, num beco andando devagar, chamando pela gata e eventualmente parando no trajeto.
A ideia era dar sorte de surpreender Farofa, quem sabe, em algum telhado, casa ou jardim. Com pouca gente circulando no domingo e comércios fechados, a gatinha poderia estar aproveitando para tomar um banho de sol.
Veja o relato da tutora:
"Fiz exatamente como a consultora pediu. Fui chamando e parando até que ouvi um miado, mas não consegui ver da onde vinha. Então Farofa apareceu num telhado. Reconheci pela coleirinha colorida. Ela desceu para um muro e a coisa mais bonitinha que aconteceu foi que quando ela me reconheceu se jogou diretamente no meu colo. Nossa ! Que alívio!".
Dalí Cláudia foi correndo pra casa com Farofa nos braços e pouco tempo depois já estava no veterinário para checar a saúde da gatinha.
"Ela tinha emagrecido um pouco e quando chegou em casa começou a miar sem parar. Comeu bastante e aos poucos foi se adaptando de novo à casa. Agora, passados alguns dias, já está arteira como antes".
Texto: Fátima ChuEcco, jornalista, escritora e consultora/fundadora da BuscaCats - Consultoria sobre gatos perdidos Para conhecer outras histórias inspiradoras como essa acesse http://buscacats.blogspot.com
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