Luna (SP) fugiu e ficou vivendo nos prédios da vizinhança até ser encontrada



A gatinha Luna tinha acabado de ganhar um novo lar no bairro do Brooklin em SP quando escapou do peitoral e ficou mais de uma semana perdida. A estratégia de busca, nesse caso, precisou levar em conta que a vizinhança do prédio onde seus recentes tutores moravam era repleta de outros condomínios, ou seja, um mar de concreto com estacionamentos e jardins nas fachadas.

A primeira coisa que se tem que ter em mente é que gatos, diferentes do cachorros, não saem correndo pelo bairro quando escapam de casa. Os gatos tendem a ficar nas redondezas, muitas vezes entre 100 e 300 m de distância. Tem gato que se enfia até nas casas vizinhas enquanto os tutores, num erro comum, ficam circulando distantes dali.

Mas a Luna, para alívio de seu tutor Gustavo Toller, seguiu o padrão e se estabilizou entre "estacionamentos e jardins" de prédios. Luna não conhecia a região e só estava na casa nova há 15 dias, o que poderia dificultar a busca uma vez que ela mal conhecia seus cuidadores e a casa deles. Então focamos o pensamento "básico" da Luna: comer e se abrigar. Sua prioridade não era encontrar o caminho de casa, mas sobreviver.


Minha sugestão, pela @BuscaCats, foi criar pequenos pontos de alimentação fixos para que a gatinha pudesse se alimentar enquanto era procurada. Então ela foi vista na garagem ao ar livre de um dos prédios e passou a procurar comida ali colocada pelos tutores toda noite. Deu certo!

Apenas duas noites depois ela apareceu no exato momento em que a comida era colocada. Até se deixou acariciar, mas não estava pronta para ser, digamos, "agarrada", pois ainda estava desconfiada de tudo e de todos, afinal, sobreviver nas ruas sempre traumatiza um pouco.

Na noite seguinte o Eduardo Pedroso (@eduardo.pedroso3), armou uma gatoeira no prédio já que era certeza que a gatinha estava naquele trecho. Inteligente e ágil, Luna não caiu na primeira armadilha, mas entrou na segunda e... "zap"... estava sã e salva, podendo voltar para casa.


"A consultora Fátima foi uma peça fundamental pra gente conseguir trazer a Luna de volta. E assim que ela entrou em casa já foi direto onde fica o pratinho dela, entrou debaixo do sofá que é o local preferido dela e deitou nos pontos de costume. Então mesmo estando com a gente há pouco tempo, ela já sabia direitinho onde estava tudo... e voltou ainda mais carinhosa", diz Gustavo.

O caso de Luna serve de bom exemplo para quem perde uma gatinha em bairro com grande volume de prédios. Tem que tentar entrar em todos para olhar as áreas comuns, conversar com porteiros, zeladores e moradores entregando folders a todos. Tem que focar a vizinhança mais próxima e procurar manter o bichano alimentado em pontos próximos de casa.

E o mais importante: acreditar que vai encontrar. Claro que há muitos perigos na rua e nem sempre um gatinho perdido tem a sorte de reencontrar os tutores, mas também há a possibilidade do gatinho estar apenas precisando que você o procure com afinco, do jeito certo e nos locais certos.  É nesse aspecto que posso ajudar com a @Buscacats.

Texto: Fátima ChuEcco - consultora da @buscacats, jornalista e escritora

Fotos: arquivo pessoal


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